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20 março 2012

Conciso


Coube tudo em duas linhas  
A primeira tinha o conteúdo principal 
A segunda era só a outra metade

30 novembro 2006

paisagem interna

sob olhar ofuscado por lágrimas
estão as mãos que pressionam o rosto
o tempo é concedido em proporções lentas
ela chora

sob nuvens de lascas memoriais
estão pernas cruzadas que sustentam sua individualidade
uma menina na grama e um caderno vazio
ombros baixos

com suas palavras
queria alcançar o tato e o paladar
pois o que sente tem textura e sabor
ela apenas chora

então, o sono contrai o corpo
mas não sacia o cansaço

o que te fere menina calada?
volte a ouvir o som das cores!

21 junho 2006

noite

os dias não me incomodam
as noites me confundem
os silêncios não me entristecem
os diálogos ferem

todas as coisas são difíceis, já dizia o Eclesiastes,
e os homens não conseguem explicar nenhuma delas

(Vulgate) cunctae res difficiles non potest eas homo explicare sermone non saturatur oculus visu nec auris impletur auditu

mas os olhos não se fartam de ver
nem os ouvidos se enchem de ouvir

disponho, pois, o meu coração a perscrutar a Palavra do Senhor
só assim serei livre
o sábio interprete interpreta em ações
não em palavras apenas

01 novembro 2005

frustração de não conseguir expressar a minha frustração


sentir uma agonia que não passa
meu pensamento ao passo da repetição
a frustração tem um sabor amargo

condena-me da própria frustração

os olhares em ritmo de folia
parecem saber da minha interna condenação
não quero mais lembrar dos meus encargos
tampouco provar a auto repugnação

rude melancolia
me frusto por não conseguir vencer teu sentimento proposto
teus lembretes intrometidos
das minhas incompetências expostas
entrepostas
bem sei que és rasa
és dura e desnecessária
bem sei que és vã
és fria e me invades sem permissão