27 novembro 2008
25 novembro 2008
audaz
denso, volúvel e envolvente
abraçou-me quando eu estava de olhos fechados
forte, sereno e audaz
tentei nao me molhar, impossível!
atingiu-me frígido, vazio e imponente.
tentei ficar na superfície, quem dera!
engoliu-me profundo, real e incontrolável.
tentei nao me afogar, não pude!
engoli suas águas
bebi suas lástimas
chorei suas lágrimas
cantei suas mentiras
rezei suas preces
senti suas canções
comi do seu pão
provei do seu cálice
18 outubro 2008
"a lição sabemos de cór, só nos resta aprender"
Preciso não existir...
Preciso ser outra pessoa.
Brilhar
Preciso saber quem eu sou
Reconhecer meus traços
Voltar ser confiante
Crer
Preciso dar um passo à frente
Preciso aprender
Sentir na pele
Viver
Preciso de humildade
Preciso não mentir pra mim
Preciso ser a mesma pessoa
eu
20 setembro 2008
18 agosto 2008
Convite – Ciranda Nova
O convite que vem
Nasceu o menino que trouxe a paz e o seu Reino aqui
A alegria de dentro sai
Faz à gente a vida entregar
Ta perto e o tempo é certo não fique prá trás
Não há nada ou ninguém que possa nos dar outra paz
Entre nessa roda!
Ciranda que renova!
Entre sem demora!
Entre enquanto se pode entrar!
Esse é o convite que vai
O convite que vem
Morreu o menino que trouxe a paz e o seu Reino aqui
Seu amor demonstrado a nós
Faz à gente a vida entregar
Ta perto e o tempo é certo não fique prá trás
Não há nada ou ninguém nessa terra que vale mais
Tem gente de toda cor
Tem vozes de todo tom
Que cantam do mesmo amor
Que dançam nessa ciranda viva
Entre nessa roda!
Ciranda que renova!
Entre sem demora!
Entre enquanto se pode entrar!
06 agosto 2008
Dia
Acordo.
A tarde não tarda,
O dia não finda,
A noite não passa,
Mas o tempo escorre por mim..
Como.
A fome não pára,
O sabor não aguça,
A saliva não deixa,
Mas o alimento fortalece meus membros..
Canto.
A ansiedade não aquieta,
O medo não morre,
A tristeza não esmorece,
Mas a paz enche-me de satisfação..
Penso.
A verdade não cala..
A verdade não cala.
Aleluia! A verdade não cala!
Vence o restante do dia.
Um silêncio me fez refém
O medo afetou meu paladar
Chorei sabor cinza
Esperei uma musica pra cantar
Ainda é cedo dentro mim
A aurora seguiu seu curso ilesa
O céu acima de tudo
Eu não possuo tamanha beleza
Mas tenho a fé por escudo
22 julho 2008
tons de verde
10 julho 2008
inútil.
Instável na minha preguiça;
Tenho destreza invejável para produção de idéias toscas;
Tenho certeza recomendável da minha auto-reprovação;
Onde me encontro tão destemida de assumir a idiotice?
Por que não refugio no egocentrismo e na mentira?
Pra que manifestar a insatisfação das minhas façanhas tolas?
Somos todos igualmente retratos de gerações passadas.
Réplicas incapazes de criar coisas novas e belas.
O belo já existe, o sublime já se fez.
Não passo de uma inútil continuação do século anterior.
A tentativa de criar é frustrada;
A vontade de romper é vã;
O anseio de tornar-me outra é tolo.
Prossigo inútil.
Prosseguirei até quando os dias para mim houver.
Inútil para mim, para ti e para todos os demais.
Pra que escrever tal conclusão vazia e desprezível?
Escrevo porque me resta a expressão, igualmente inútil,
Mas que alivia o grito interno.
16 junho 2008
27 maio 2008
conversa com a identidade
tampouco dizer que lembrei
caminhei por ruas outrora já vistas
voltei com olhares que já rejeitei
há tanto a escondi
agora peço que me assuma
olhei meu reflexo na porta do metrô
vi você, interna sois
não vou dizer que a perdi um dia
mas posso dizer que hoje te refiz
depois de tanto fugir
agora recorro ao seu gênero
um novo papel pra mesma pessoa
outrora plastificada, agora em mãos
não vou dizer que mudei o seu nome
mas posso dizer que acrescentei
você ainda é como sempre foi
um pouco menos de si
um pouco menos de mim
um pouco mais de Cristo
21 abril 2008
sensação de merda (09.02.2008)
tenho uma sensação de merda muito profunda
de que eu sou uma merda, um pó, um nada.
de que não sei fazer nada
não sei observar as pessoas
não sei conduzir conversas
não sei responder perguntas
não sei uma série de coisas banais que todos
parecem fazer com facilidade..
sinto-me burra, impotente e fracassada
que frustração desobstruída que me enterra emocionalmente!
sobre mim
descobri que tenho dificuldade de falar sobre mim
falo do que eu sinto
confesso os meus medos
respondo sem mentir
confesso os meus segredos
mas não deixo claro nada
quem vê se engana
quem lê se espanta
acham que sou de tudo
acham que falo disso
alguns não acham nada
acham que falo daquilo
quem sabe?
quem saberá?
quem se importa?
quem se importará
quem vê as mudanças quando internas?
quando sutis? quando não ditas?
se a imagem é a mesma
sinto que tudo passa despercebido
sinto vontade de ser vista por dentro
vontade de falar sobre mim
vontade que me ouçam que me vejam
vontade de não usar palavras
vontade de arriscar
esperar mais um dia
27 março 2008
flor azul
Azuis como o céu
Azul do meu pecado
Azul da sua boca
Azul da minha mágua
Vi beleza no som que senti
Beleza colorida
Beleza esperançosa
Beleza ilusória
Ilusões do meu azul
Azul que encontrei
Caminhei entre as flores
Escolhi apenas uma
Era minha por uma tarde
Era sua de madrugada
Era de Deus o tempo inteiro
O azul da minha história
É o azul do canto que se entoa agora
É o azul da minha miséria
O azul da minha saudade
Da fraqueza e da nudez.
O azul da minha memória
É o azul da noite que chega agora
É o azul da minha força
O azul da minha certeza
Que levou embora aquela mentira
Deixou apenas você
Flor azul
Agora posso te amar pra sempre.
17 março 2008
Apesar de mim
Não quero esquecer
Muito do que eu sinto
Não quero sentir
Muito do que falo
Não quero falar
Muito do que sou
Não quero mais ser.
Mesmo que eu queira
Não quero querer
Ainda que chore
Não quero chorar
Embora eu veja
Não quero me ver
Sendo assim,
Não quero mais ser.
Mas acontece que eu sou.
Sinto que sei que sou.
Sei que sinto que sou.
Sonho que não serei.
Apesar de mim agora.
13 março 2008
esperar
quem diria que não?
quem diria que sim?
passa o varredor
varre a folia
passa o vendedor
traz monotonia
logo o fim chega?
quem me desanima?
quem me aconchega?
passa o primeiro dia
passa o segundo
passa o ano inteiro
leva todo mundo
o fim vai mesmo chegar?
quem ri do meu dilema?
quem pode me ajudar?
passa meu encanto
passa a beleza
resta o meu encontro
com a certeza
29 fevereiro 2008
olhe pra mim e lembre de mim
Castanhos
Não tenho pele parda
Clara
Não tenho medo de agir
Graça
Não tenho medo de ser franca
Dura
Não sou tão natural quanto pareço
Me escondo
Não tenho muitas feições
Assim
Não posso te mostrar tudo
Agora
Não posso te ver de manha
De tarde.
Olhe com amor
Olhe com carinho
Olhe sem demora
De noite eu vou-me embora.
28 fevereiro 2008
A fortaleza da solidão
Um grito silencioso,
Só e intransponível.
Eu penso,
Eu sinto,
Eu movo as minhas mãos.
Solto lágrimas,
Peço socorro,
Eu curvo as minhas costas.
Impressiona-me a distância erguida.
Entristeço-me com as tentativas vãs.
Frustrações desperdiçadas,
Exposta,
Pedaços de mim do outro lado da muralha.
Escolho a gratidão,
Mas continuo só.
Caminho só.
Percorro só essa paisagem interna.
21 fevereiro 2008
vou-me
Encontrar tempo para me encontrar
Vou-me sem demoras
Perder o medo de me perder
Vou-me em contraste
Vou-me em seqüência
Vou-me com alegria
Vou-me com saudades.
08 fevereiro 2008
Ermo
"Isa 43:19: Eis que faço uma coisa nova; agora está saindo à luz; porventura não a percebeis? eis que porei um caminho no deserto, e rios no ermo."
Um gole de água
Gota esmeralda
Um pingo de suor sobre a terra
Uma pegada
Um olhar ao ermo pela frente
Um olhar ao distante que se aproximou
Um olhar disposto
Ao outro olhar
28 janeiro 2008
Uma valsa
Os sonhos são minha força
Aguardo o despontar do sol
As lembranças são minha canção
Meu passado e a noite silenciosa
Formam um par singelo
Abraçam-se mutuamente e brindam mudanças
O raiar da historia e o amanhecer
A valsa na Iris da Lua
O samba das nuvens ao vento
As vozes dos astros em coro suave
O baile que dança meus pensamentos
A noite trouxe o movimento das minhas memórias
A chuva que respingou em quem estava por perto
Atingiu quem sente e quem vê
Depois secou e as minhas pegadas viraram pó
16 janeiro 2008
Nuvens
posso querer que o vento me leve daqui
pra longe das nuvens
mais perto do sol
preciso esperar, mas os medos me fazem fugir
meus olhos cansados
preferem sonhar
onde está o vento ?
quando ele vem?
pode me levar pro alto ou pro mar
leve as minhas nuvens
sopra o seu sol
não me deixe aqui
sem saber voar.
penso em você, e o tempo parece sorrir
lembro dos dias
dias de sol
quero lembrar que o vento faz parte de mim
na hora mais triste
vento de paz
Crise
Meu desfecho em lágrimas
Não encontra palavras ou expressões
Minha destreza roubada
Minha tristeza trocada
Minha fragilidade exposta
Eu sinto, e o sentir é predominante
Intensidade